O mundo não é mais o mesmo

Manter vantagem competitiva significa muitas vezes ter que se reinventar. E em velocidades cada vez maiores. É preciso criar novas proposições de valor e novas experiências para os clientes, muitas vezes transformando os próprios modelos operacionais e de negócio. É o que podemos chamar de transformação digital. Mas como criar isso em uma empresa?


Um caminho seria pensar as mudanças em dois eixos, um que redesenhe a proposição de valor para os clientes e outro que redesenhe o próprio modelo de operação. O ritmo e intensidade das mudanças vão depender de vários fatores como objetivos estratégicos, contexto da própria indústria, pressão competitiva e nível de expectativas dos clientes. Porém, essa transformação digital não é apenas adotar novas tecnologias, e sim criar todo um novo modelo de operação e interação com clientes. Não é um processo instantâneo, mas uma evolução gradual e contínua. Quebra alguns paradigmas, como criar uma empresa mais aberta, mais integrada ao ecossistema de parcerias colaborativas e disposta a mudar os modelos de negócio, que deram certo até hoje, mas que já dão sinais que deixarão de ser garantia de futuro promissor.


Depois é fazer acontecer a estratégia digital, com objetivos claramente identificados. Onde queremos estar daqui a cinco anos? E como estaremos se nada fizermos? O desafio é que a competição não necessariamente virá do mesmo setor de indústria. Vem de fora e pode jogar uma empresa consolidada para fora do negócio. Por isso, é importante olhar para as melhores práticas de outras indústrias. Porque o modelo self-service das empresas aéreas não pode ser adotado pelas locadoras de veículos? Ou o modelo de internet banking pelas construtoras de imóveis? Acredito que os limites de cada setor começam a sumir e cada vez mais os negócios serão “cross-industry”.


Exemplos de disrupção existem aos montes como a Netflix tirando a Blockbuster do mercado, a Apple redefinindo toda a cadeia de valor da indústria de música e a Amazon transformando a indústria livreira. O tablet não veio dos fabricantes líderes de desktops. O Skype e o Whatsapp não surgiram das empresas de telco… E olhando para frente, porque o varejo não pode adotar impressoras 3D para vendas customizadas?


Pensem nisso!


Cezar Taurion é Chief Evangelist da IBM Brasil.

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