O poder de ter Poder



O ser humano, definitivamente, não nasce preparado para o poder. Quando este chega até nós, vamos lidando com ele desajeitadamente.  Alguns, de forma inata, adaptam-se melhor, outros nem tanto. O fato é que não temos uma escola que nos doutrine a exercer o poder.


Vamos refletir sobre o processo: em nossa infância, não temos poder sobre nada; tudo passa pelo crivo de um adulto que, mesmo tendo tanto poder sobre nós, por vezes, não o tem sobre si. Ao entrarmos na adolescência, descobrimos que nosso poder é extremamente limitado e condicionado a um grupo de normas e conceitos preestabelecidos, os quais, raramente, convergem com nossa vontade. É nesse momento que descobrimos o poder de ir contra. Mas tudo bem, afinal, essa é uma fase passageira, diz o “poder” das vozes mais maduras. Tornamo-nos pais sem sequer termos deixado de ser filhos. Nossos filhos, no entanto, aguardam, a todo o momento, nossa posição e condução frente a fatores indubitavelmente desconhecidos para eles e para nós. Transformamo-nos em cônjuges sem ainda entendermos o peso que essa transformação trará. Como se não bastasse, ingressamos no mercado de trabalho e, como sinônimo de crescimento e ascensão nesse mercado, encontramos novamente o poder. Mas, desta vez, um poder sobre pessoas desconhecidas e, geralmente, similares a nós em idade e anseios. Por fim, ainda temos de conviver com uma certa angústia, pois logo percebemos que a escolha disso tudo não está sob nosso poder.


Contudo nos resta o poder de decidir: queremos esse tão famigerado poder? Se sua decisão foi sim, parabéns! Você escolheu um caminho cheio de responsabilidades, mas também repleto de gratificações; pois o homem, embora despreparado, foi criado para ter poder e usá-lo com sabedoria. Que assim seja!

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