“O inconsciente sabe mais que o consciente, mas seu saber é de uma essência particular, de um saber eterno que, freqüentemente, não tem nenhuma ligação com o ´aqui´ e o ´agora´ e não leva absolutamente em conta a linguagem que fala nosso intelecto.”
Carl Gustav Jung
O termo intuição vem do latim “intuitione” e seus vários significados são: imagem refletida por um espelho, ato de ver, perceber, discernir, percepção clara e imediata, capacidade de pressentir, conhecimento imediato de um objeto na plenitude da sua realidade, seja este objeto de ordem material, ou espiritual.
Vamos examinar conjuntamente como opera o nosso processo mental de aquisição de conhecimento. Sabemos que o desenvolvimento da cognição (conhecimento) passa por três estágios:
1º. O conhecimento empírico que é adquirido pela experiência obtida através dos nossos cinco sentidos, do tipo: sabemos que o fogo queima, a eletricidade dá choque, enfim esse é o conhecimento necessário para a nossa vida e subsistência.
2º. O conhecimento analítico que é o exame, a observação impessoal dos fatos e a sua correlação não como fatos isolados, mas compondo uma certa categorização, levando a mente a estabelecer ou deduzir uma lei relacionada com aqueles fatos. É o conhecimento científico pelo controle rigoroso de variáveis observáveis que interferem no resultado do fenômeno.
3º. Quando reunimos todo o produto da nossa observação e estamos conscientes da relação das partes com uma determinada lei e correlacionamos tudo numa visão global, holística e, portanto, intuitiva, chegamos a um terceiro tipo de conhecimento proporcionado pela Intuição, nossa Inteligência Existencial ou Espiritual.
O nosso intelecto funciona reunindo fatos, elementos e fatores como entidades separadas e cada um deles pode ser dividido e classificado em sub-elementos ou sub-fatores. Essa característica da mente é muito útil e imbatível quando se trata de fenômenos objetivos. Entretanto, quando entramos no campo da subjetividade inerente ao pensamento abstrato, é necessário que a intuição se manifeste, pois o intelecto por si só é incapaz de nos esclarecer sobre os aspectos da vida.
Para entendermos a faculdade da intuição, de onde vem, como opera, é necessário conhecer a natureza, a constituição do ser humano.
A filosofia oriental nos esclarece que o homem é um ser de enorme complexidade, constituído de cinco estruturas: física, emocional, mental, intuicional e espiritual.
Observamos claramente, na classificação dessas cinco est ruturas que o processo intuicional, numa escala de valores, se encontra num patamar acima da mente, portanto, numa região que não pode ser acessada pelo simples pensar comum. Essa visão é expressa claramente na psicologia Junguiana: “O termo intuição não denota alguma coisa contrária à razão, mas sim algo que se situa fora dos domínios da razão”.
A questão é: Como desenvolver em nosso cérebro o conhecimento intuitivo?
A Neurociência, a nova ciência do cérebro, utilizando as novas tecnologias de diagnóstico por imagem, já apresenta descobertas interessantes sobre as transformações químicas produzidas no cérebro por certos tipos de pensamentos.
Basicamente, podemos falar de três tipos de inteligências:
A Inteligência Racional relacionada com o Quociente de Inteligência que dominou a cena durante o século XX utilizada para a organização e solução de problemas objetivos.
A Inteligência Emocional postulada por Daniel Goleman, psicólogo e neurocientista da Universidade de Harvard.
A Inteligência Espiritual relacionada com a intuição, é a capacidade de experimentar estados de êxtase, de união com o todo, é a experiência de intenso prazer e alegria como se estivéssemos na presença do sagrado, do divino.
Ademir S. Stein é presidente da S. Stein Joalheiros, advogado e engenheiro, pós-Graduado em Estratégia de Marketing e R.H., certificado pela Disney University, membro do Conselho Estratégico da Alshop – Associação dos Lojistas de Shopping do Brasil e autor dos livros A Arte de Vender Sonhos e A Mágica do Sucesso.