Quem quer ser Presidente?

Em 2002, Gladis, quando cursava o MBIS da PUC/SP, revelou suas expectativas e os motivos que a levou a investir no curso; Washington Fachola, que havia concluído seu MBA, explicava como o curso impulsinou a carreira. Hoje, ela é responsável pelo posicionamento estratégico da SK, o braço do grupo ???, que está concentrando suas ações em soluções de BI, e ele assumiu há pouco o desafio de presidir a filial brasileira da ActionLine, uma empresa de callcenter ligada a um dos maiores grupos internacional de comunicação, o WPP. Washington começou atuando na área comercial, no início de 2002.

Os exemplos espelham o crescimento de executivos procurando complementação profissional e a própria disseminação dos cursos, oferecidos em número cada vez maior pelas instituições brasileiras. Se a procura por cursos locais aumenta em números geométricos, na maioria dos casos explicada pelo alto custo dos similares no exterior, têm exigido das instituições aprimoramento, criação de ambientes empresariais reais e parcerias internacionais para reforçar a base curricular. Internamente, as principais instituições começar a dar passos estratégicos mais agressivos disseminando seus cursos pelo País através de parcerias em outros estados e cidades.

Espelhando crescimento, a Universidade Anhembi/Morumbi passou a oferecer o curso de MBA em Moda em 2001, que recebeu 30 inscrições na primeira turma. Atualmente, são 60 alunos neste MBA, 30 em São Paulo e 30 em Florianópolis, onde a instituição abriu uma turma em parceria com o Senac local. Outros cursos como MBA em Meio Ambiente (Ecoturismo), MBA em Marketing e MBA em Gestão Empresarial começarão a ser oferecidos neste primeiro semestre de 2003. A instituição adianta que outras parcerias estão sendo estudadas para a oferta de MBAs em outros estados.

Outra grande e tradicional instituição, a ESPM revela que, mais uma vez, renovou e inovou seu programa MBA Executivo, adequando-o “aos parâmetros internacionais das escolas de negócios de maior qualidade do mundo”, justifica o coordenador Claudinei Santos. Ao avaliar a proliferação dos cursos de MBA, em geral, ele pondera que a proliferação de cursos tem feito com que a demanda se fragmente, deixando disponível para cada player do setor uma participação mais reduzida do mercado e acirrando a concorrência. “Por outro lado, o crescimento da demanda tem criado oportunidades para cursos de MBAs fora dos grandes centros, uma vez que ter um MBA no currículo tornou-se praticamente o padrão mínimo de mercado para qualquer executivo”, reforça o coordenador do MBA da ESPM.

O dólar também não foi motivo para afastar os interessados nos cursos. “Por causa do dólar alto este ano, em comparação com 2002, esperávamos uma queda na demanda, mas tivemos crescimento de 60%”, conta Anne Nemer, diretora do International Executive MBA, da University of Pittsburgh, no Brasil. Ela lembra que este ano são 358 candidatos interessados nas 30 vagas para o curso que vai começar 15 de março de 2003. Em 2002, foram 220 candidatos para o mesmo número de vagas.

Um pouco mais cautelosos são os responsáveis pelos cursos da FIA/FEA, da Universidade de São Paulo e da Universidade São Marcos. O secretário Executivo do Programa da FIA/FEA, Isak Kruglianskas, diz que houve expansão dos cursos de MBA dentro da instituição, com inclusão de novas disciplinas e professores. Foi criado, por exemplo, o MBA Gestão e Empreendedorismo Social, atendendo as novas demandas e exigências do terceiro setor. Mas, quando o assunto é demanda dos cursos, Kruglianskas identifica manutenção da procura com certa queda. Para ele, em função de um ano atípico, devido às incertezas e mudanças políticas.

A São Marcos, que oferece MBA apenas para gestão universitária, esclarece que as mudanças se deram no aperfeiçoamento do programa, mas em relação à demanda, a justificativa é que se manteve estável.

Na seqüência do processo de aperfeiçoamento contínuo de conteúdo programático, o FAAP-MBA introduziu, a partir do 2º semestre de 2002, um módulo de formação específica, constituído por um conjunto de disciplinas eletivas que tem a finalidade de permitir melhor adequação do programa às necessidades do mercado. Esse processo de aprimoramento dos cursos, como aconselha a FAAP, exige com que os alunos que tenham concluído o curso voltem a cursar as disciplinas que vêm sendo incorporadas à grade curricular.

O crescimento do mercado é outro ingrediente que estimula o investimento da Brazilian Business School, no Brasil, que aposta na qualidade como um de seus diferenciais. Rita de Cássia Toscano Prado, diretora de marketing, reconhece que a demanda para cursos de MBA tem aumentado nos ultimos 3 anos à média de 30%, mas faz um alerta aos potenciais alunos. “Nos últimos anos, em função dessa demanda crescente, tem sido criados inúmeros cursos com a griffe MBA. Entretanto, nem todos oferecem um curso de qualidade. Um detalhe que chamou atenção nesse ano é que tanto o mercado empresarial como o aluno em geral, estão reconhecendo que a qualidade, acima de tudo, é mais importante do que apenas um diploma. E isso traz o reconhecimento das instituições sérias”, aposta Rita de Cássia.

Diferenciais – Na onda de oportunidades aberta pela expansão dos cursos de nível de pós-graduação, o Ibmec criou o PRÉ-MBA, apresentado como módulo de disciplinas que nivela os alunos em matemática financeira, matemática aplicada, estatística básica e contabilidade financeira. “O Pré-MBA serve para equalizar os alunos, para garantir que todo o público esteja nivelado com relação às disciplinas básicas, mas que não serão oferecidas no MBA, com carga horária de 84 horas”, explica o professor Irineu Gianesi, coordenador do curso de MBA Executivo.

Na bagagem, o Ibmec procura se diferenciar como membro do Executive MBA Council, representando o reconhecimento internacional pelo trabalho no oferecimento de programas de MBA Executivo, membro do AACSB (Association to Advance Collegiate School of Business), apresentado como o mais importante instituição internacional que avalia e credencia as melhores escolas de negócios do mundo, portador do Quality Assurance System, mecanismo permanente de avaliação e informação que tem objetivo de garantir a qualidade no ensino, e do Teaching Assistant, assistência de um professor para estimular a produtividade dos alunos, esclarecendo dúvidas e orientando-os no desenvolvimento dos trabalhos.

A adaptação dos cursos à realidade é um dos argumentos de Sônia Teixeira Gerente da Unidade de Negócios da MMS Madiamundomarketing. De acordo com ela, os cursos de MBA disponibilizados pela instituição estão mais voltados para a prática, ou seja embasados em “cases” reais, atuais, nacionais e internacionais. “Também foram inseridos temas para desenvolver conhecimento sobre os negócios internacionais, tendo em vista a globalização. O crescimento da dermanda é justificada à necessidade dos profissionais estarem mais preparados, mais atualizados pois o mercado está altamente competitivo. E cabe a cada um estar altamente empregável”, reforça Sônia.

Para a Faculdade Trevisan, a demanda, em 2002, cresceu no primeiro semestre teve retração no segundo. As novidades da instituição, porém, foram a ampliação das atividades de assessoria para o desenvolvimento da carreira dos alunos, ampliação da aplicação de estudos de casos, maior ênfase dedicada ao ensino do empreendedorismo, pondera Raul Amaral, coordenador do MBA em Gestão Empresarial.

O ano de 2002, para o professor João Barroso, diretor da Unisa Business School, fica marcado pelo aparecimento de grandes quantidades de MBAs no mercado brasileiro e também pelo aparecimento de novos MBAs buscando preencher nichos de mercado. “Ainda neste ano muitas empresas que fizeram contratações passaram a exigir MBAs para cargos do médio escalão como de coordenadores, supervisores e, em alguns casos, até Secretárias Executivas”, reconhece. Para ele, essa exigência refletiu nos próprios cursos de MBAs, que estão se tornando um diferencial profissional. Sobretudo aos profissionais que atuam em posições que detém poder sobre tomadas de decisão importantes para a corporação. Como diferencial, ele esclarece que os MBAs da Unisa Business School são todos desenvolvidos em parceria com uma outra grande instituição ou universidade, com sua carga horária inclundo Eventos Executivos e Inglês para Negócios.

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