Tempo de oportunidades inigualáveis



O cenário descortinado após a passagem do furacão que varreu Wall Street e expos as fragilidades do sistema financeiro dos chamados países desenvolvidos é muito promissor para os emergentes. A demanda por commodities se mantém em alta, puxada pela necessidade de nações como Brasil, Índia, China e Rússia de investir em infraestrutura e, principalmente, de alimentar e atender às aspirações de suas populações na busca por bem-estar e qualidade de vida. Nas análises sobre o Bric, o Brasil mostra-se extremamente bem posicionado.

Em termos macroeconômicos, a robustez de nossa economia para enfrentar a crise mundial é uma conquista digna de nota. O tamanho do nosso mercado interno e o potencial de crescimento são igualmente promissores. A estrutura legal e a eficácia regulatória também estão em patamares superiores a de outros emergentes. Finalmente, a existência de instituições fortemente estabelecidas e um cenário político estável complementam um mapa muito bem desenhado, no qual o xis está no final de um caminho com indicações muito sutis, que serão notadas apenas pelo líder capaz de pensar em um mundo muito diferente daquele do início do século. Portanto, sua visão de futuro deve contemplar novas variáveis.
Entre elas, o fato de, hoje, as novas tecnologias fazem de cada pessoa uma mídia, com a possibilidade de troca de informações sobre serviços ou produtos, falamos da web 3.0, que promove mais interação. A capacidade de ampliação de produção com a manutenção ou aprimoramento do padrão de qualidade, o atendimento impecável e a habilidade de a empresa dialogar com todos os seus públicos estratégicos, internos e externos, serão elementos fundamentais das organizações realmente sintonizadas com esse novo tempo.

Quanto ao atendimento ligado à superação das expectativas dos clientes, temos aqui uma questão primordial. O mundo emergente apresenta, hoje, um estoque muito baixo de pessoas realmente capacitadas a dar conta dos desafios que teremos pela frente. A formação e o desenvolvimento de seus comandados certamente será o principal papel dos líderes empresariais nos próximos anos. Somente um grande esforço de construção, preparação e expansão de equipes de alto desempenho será capaz de evitar um grande gargalo no processo de desenvolvimento da economia brasileira.

Finalmente, mas não menos importante, é preciso entender a importância e o peso da questão socioambiental do ponto de vista de toda e qualquer estratégia empresarial traçada daqui por diante. Consumidores, formadores de opinião, órgãos reguladores, organizações não-governamentais e a sociedade civil de forma geral deram-se conta do quanto a sustentabilidade é fundamental para o bem-estar desta e das próximas gerações. O governo brasileiro, por meio de pronunciamento do Ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, já revelou sua intenção de ocupar papel de destaque na Conferência Internacional das Mudanças Climáticas da ONU a ser realizada em Copenhagen em dezembro.

Certamente as lideranças empresariais serão capazes de fazer frente a todos esses desafios. Afinal, o momento é realmente ímpar, não apenas em termos de potencial de crescimento da economia nacional. Isso porque, além de ampliação econômica, o País conquista cada vez mais o respeito da comunidade internacional e o Brasil, em poucos anos, poderá consolidar sua posição entre as nações protagonistas da construção de uma nova realidade econômica e social do mundo.

Acácio Queiroz é presidente e CEO da Chubb do Brasil

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