Um meio democrático



A internet é mesmo democrática. Cada vez mais, percebe-se que ela invade os lares contagiando a todos. Os mais jovens, pela facilidade que têm com essas inovações, e as pessoas de mais idade, pelo desafio que representa e a dificuldade em entender como funciona.

Um dia desses demonstrei ao meu pai, um senhor de setenta anos que nunca tinha navegado, algumas das utilidades da rede. Desde como acessar informações com grande velocidade, até postar fotos em sites de content sharing, como o Flickr. Além disso, acessamos o YouTube para ver vídeos corriqueiros e verificamos caminhos alternativos no GoogleMaps, via celular.

Sua expressão foi de fascínio. Além de ficar curioso, ele simplesmente achou incrível e até me parabenizou, como se eu tivesse alguma responsabilidade por aquilo, sem saber que, assim como ele, também sou mais uma fascinada, pois quando se trata de internet, a única coisa de que tenho certeza é que somos todos aprendizes.

Por isso digo que a web é democrática, pois além de não haver restrições por idade, observa-se um crescimento vertiginoso no acesso vindo de todas as classes sociais.

Outro ponto é a acessibilidade gerada pela popularização do celular, com o qual se pode navegar de qualquer lugar, a qualquer hora. Se por um lado isso é fabuloso, por outro nos traz uma sensação de total dependência, pois quando esquecemos esse aparelhinho em algum lugar, logo surge uma perturbação, como se tivéssemos nos esquecido de alguém, ou como se faltasse uma parte de nós. A verdade é que ficamos com a percepção de que se perde alguma informação, só pelo fato de não estarmos conectados por alguns momentos.

Falando nisso, o celular ocupa, cada vez mais, um espaço interessante por viabilizar muitas atividades, como acessar vídeos na web, e-mail, consultar mapas, previsão do tempo, checar a cotação da bolsa de valores, fotografar e até para falar!

Outra ferramenta, ainda mais veloz e de grande poder de disseminação, o Twitter, aumenta essa democracia, pois ele pode ser considerado um medidor de tendências ou um termômetro útil para as empresas acompanharem suas marcas. No mundo empresarial algumas companhias, que já fazem acompanhamento sobre o que as comunidades falam a respeito dos seus produtos e serviços, já incluíram esse microblog nas análises.

Voltando a falar na democracia gerada pela internet, creio que o principal ponto observado atualmente é a possibilidade de cada ser humano publicar aquilo que bem entende e disseminar esse conteúdo. A web trouxe um poder às mãos dos consumidores nunca antes visto, dada a possibilidade de influenciar outras pessoas e, portanto, o consumo, as opiniões e interesses alheios.

Levando isso para o contexto político – já que estamos falando sobre democracia – percebe-se que, mesmo o governo querendo proibir o uso de redes sociais durante a campanha eleitoral, ele simplesmente não conseguirá. Isso seria completamente inviável, visto que a liberdade é inerente ao funcionamento da internet.

Por sua vez, tanto as empresas quanto os políticos não podem mais se esquivar ou ficar distantes desse meio de comunicação. O que deve ser feito, se tratando não só de consumidores, mas também de eleitores, é usar esse caminho como uma plataforma para interagir com total transparência com cada um desses públicos e com isso atingir seu objetivo, seja ele qual for.

Sandra Turchi é superintendente de Marketing da ACSP – Associação Comercial de São Paulo e coordenadora do curso Estratégias de Marketing Digital da ESPM. E-mail: [email protected]. Não deixe de visitar o meu Blog: www.sandraturchi.com.br; No Twitter meu endereço é: www.twitter.com/sandraturchi.

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