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Nathan Marion

Por que os dispositivos móveis dominam as compras do e-commerce na AL e como se adaptar?

Um dos fatores determinantes por trás do sucesso de um aplicativo mobile é a otimização contínua de toda a sua performance

Autor: Nathan Marion

Podemos dizer que a adoção de smartphones no Brasil é bastante alta. Para termos uma ideia, um estudo recente da FGV aponta que temos muito mais dispositivos móveis do que habitantes por aqui, já que são cerca de 2,2 celulares por indivíduo. Por conta de seu fácil uso, e da diminuição de custos gradual dos aparelhos, ele tem sido utilizado até mesmo por pessoas que não têm familiaridade com computadores ou outros dispositivos eletrônicos, o que só contribui para que se torne a ferramenta favorita até mesmo na hora das compras online.

Isso, por si só, ajuda a interpretar um outro estudo, dessa vez da PCMI, que aponta que 70% do comércio eletrônico da América Latina flui por meio de dispositivos móveis. Além do fato de o smartphone ter muita penetração na região, podemos citar como exemplos os facilitadores dessa categoria, que são tecnologias como tokenização, wallets (Apple Pay, Google Pay, Nupay), card on file (one-click payments) e account to account (categoria em que se enquadra o Pix), que tornam as transações cada vez mais simples e eficientes.

O fato é que o smartphone é muito utilizado devido à sua experiência mais rápida e fluida, pois os principais players do e-commerce já contam com apps dedicados. Além disso, esse método é conhecido por sua conveniência, pois pode ser acessado de qualquer lugar, um verdadeiro computador de bolso. Com as operadoras já oferecendo planos capazes de fornecer internet de qualidade pela cidade toda, isso permite situações como, por exemplo, alguém fechar uma compra enquanto espera ser atendido na fila do banco ou durante um deslocamento dentro de um ônibus.

Nessa realidade, as carteiras digitais têm sido grandes facilitadoras do e-commerce, sendo consideradas grandes tendências do mercado de pagamentos. Tanto é que um estudo da Insider Intelligence aponta que o Brasil está em terceiro lugar no ranking dos países que mais a utilizam. Isso porque nesse modelo todas as informações bancárias de um cliente ficam salvas em um mesmo lugar, então a compra pode ser feita de forma rápida pelo smartphone sem a necessidade de uso de cartão ou dinheiro físico, além de não precisar preencher um imenso formulário.

Porém, há um ponto de atenção para os players de e-commerce. Neste cenário, quem não está preparado para oferecer uma experiência nativa ou no mínimo adaptada e responsiva ao mobile terá dificuldades no digital. Segundo a Appsflyer, líder global em análise e mensuração de dados para aplicativos, antes de considerar aspectos como o UX geral, como a promoção e o design, o aplicativo precisa funcionar. Uma performance ruim pode prejudicar a marca e interfere na capacidade de captar usuários em potencial. Isso vale, principalmente, quando pensamos em pagamentos.

A conversão pode ser muito impactada quando um lojista não conta com uma jornada otimizada, não dispõe de serviços mínimos, não tem métodos de pagamento simples para celular, etc. Um dos fatores determinantes por trás do sucesso de um aplicativo mobile é a otimização contínua de toda a sua performance. Um atraso de um segundo na resposta de carregamento pode resultar em uma redução de 7% na taxa de conversão, sendo que cerca de um a cada dois aplicativos é desinstalado no primeiro mês de download.

Temos que considerar que a jornada de uso do celular no e-commerce precisa ser mais dinâmica, pois o usuário pede por maior rapidez, com muito menos paciência para etapas adicionais como ficar adicionando informação no processo do checkout, por exemplo, já que fazer isso via mobile é muito mais trabalhoso do que no computador. Dessa maneira, o processo tem que ser fluido, rápido, e com uma boa experiência do ponto de vista de processo, dando opções para que o pagamento seja feito por meio de poucos cliques e no menor tempo possível.

Com isso, além de dar ao usuário final mais opções para pagar por suas compras, o e-commerce também investe na conhecida Customer Experience, permitindo que o ato de adquirir produtos e serviços esteja realmente a um palmo de distância, garantindo mais conforto e praticidade ao consumidor. Assim, os lojistas aumentam suas vendas, modernizam suas operações e ficam mais preparados para a atual realidade, garantindo um faturamento maior no final do mês e sucesso nos negócios.

Nathan Marion é gerente geral da Yuno.

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