Brasil conectado
Deixe um comentário
Brasil conectado
Deixe um comentário
Brasil conectado
Deixe um comentário
Brasil conectado
Deixe um comentário
Brasil conectado
O projeto “PC Conectado” do Governo Federal, tem como objetivo disponibilizar computadores a preços populares e com conexão à web, já a partir do início deste ano. Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Software (ABES), o programa é bom, pois tem como finalidade incluir digitalmente a população das classes C, D e E, que representam mais de 70% dos brasileiros, mas apenas 9% dos internautas. No entanto, a estratégia que o Governo vem adotando não é a correta. Pelo menos é o que pensa o diretor executivo da ABES, Anselmo Gentile.
Na sua opinião, o ideal seria primeiro educar as pessoas, e cita como exemplo um dado que mostra o Brasil com 65% dos seus cidadãos que nunca manusearam um computador. “Ou seja, estão querendo começar a construir a casa do telhado, quando na verdade o mais importante é incentivar a educação já na tenra idade”, salienta Anselmo. Ele também defende uma maior participação das empresas no projeto e a neutralidade na comercialização dos softwares. “Não é porque uma determinada empresa tem influência no núcleo do Governo que deva ser escolhida. Todas, sem exceção, devem participar, desde que tenham know-how”, justifica.
O executivo diz que é preciso realmente tirar do analfabetismo digital um contigente muito grande da população, pois a médio prazo, acaba trazendo benefícios econômicos para o País e os PCs de baixo custo são uma solução bastante eficaz. Mas faz um alerta. “Não significa que se deva sair por aí a caça de produtos de qualidade duvidosa, apenas por ter um preço menor. Pode ser básico, mas porcaria não”, pondera Anselmo. O Governo quer que o computador seja comercializado por um preço que não passe de R$ 1500, sendo R$ 250 subsidiado, portanto ficaria por 1250 reais. “Duvido que alguém consiga vender um PC por esse preço, não há a menor possibilidade”, declara Ivair Rodrigues, gerente da divisão de pesquisas de TI e Telecomunicações da consultoria IDC Brasil.
Baseado em pesquisas realizadas semestralmente pelo instituto no mundo todo, o executivo explica que no Brasil, 32% do preço de um micro advém de impostos. “Um fabricante gasta, só com peças básicas, como placa-mãe, hard desk, memória, etc., mais de 1 mil reais, que representa cerca de 59% do custo total de um PC. Estou falando só do Básico”, diz. Para ele, vender computador no Brasil é um péssimo negócio, porque deixa míseros 5% de lucro no final das contas. “Ninguém consegue vender barato se não infringir a lei”, arremata. No geral, Ivair aposta no projeto, ele cita a Tailândia, na Ásia, como case de sucesso.
Este País criou um programa semelhante ao do governo brasileiro em novembro de 2003 e vem obtendo ótimos resultados. Mas a Malásia não conseguiu o mesmo êxito em duas tentativas. Porque dentre as várias falhas, estava a principal: falta de divulgação em veículos de comunicação. Para que o projeto brasileiro decole, o gerente sugere uma parceria entre o Governo e a iniciativa privada. “O Estado deve preparar a infra-estrutura, diminuir impostos e bancar a publicidade. Às empresas privadas cabem desenvolver os produtos, a logística e o atendimento, porque elas sabem fazer e o Governo não”, finaliza Ivair.