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Consumidores repensam hábitos frente ao aumento do custo de vida

Pesquisa da Bain revela percepções dos consumidores latino-americanos diante do novo panorama de inflação e instabilidade

Entre os consumidores brasileiros, mais de 90% percebem aumento nos preços nos últimos três meses, 70% já estão reduzindo suas despesas, enquanto outros 15% planejam reduzi-las. As constatações fazem parte da nova edição da pesquisa Consumer Pulse, da Bain & Company, feita junto a 9.675 latino-americanos e apresentando uma mudança de percepção dos consumidores, que estavam otimistas com a perspectiva “pós-Covid”, ou seja, prontos para retomar planos e aproveitar a vida. “Diante de um cenário turbulento com inflação, guerra, crises políticas e ameaças à estabilidade, as pessoas viram suas expectativas serem reprimidas e passaram a revisar suas prioridades”, registra a sondagem. 

O receio com o futuro, que era alimentado pela crise sanitária, aponta ainda o relatório da Bain, passou a ser nutrido pelas incertezas econômicas. “Em todo o mundo, a preocupação dos consumidores se mostra alta, mas os índices explicitam que a apreensão no Brasil supera os níveis da Europa e dos Estados Unidos em grande parte dos tópicos apontados no levantamento. Aqueles que estão apertando os cintos apontaram como estratégia iniciativas como comer menos fora ou com delivery, economizar energia, comprar menos roupas e reduzir a conta de supermercado, optando por marcas mais baratas e redução no consumo de alguns itens. Mesmo aqueles que expressam preocupação importante com as mudanças climáticas, não se dispõem a financiar, via aumento de preços, iniciativas para redução da emissão dos gases do efeito estufa”.

No sentido contrário, o corte não afeta as férias: elas aparecem em menos de 5% das respostas de que deseja reduzir gastos e somente 3% dos entrevistados indicaram ter cancelado o descanso. O estudo indica que os consumidores estão cada vez mais conscientes de seu bem-estar, considerando a saúde mental como a principal preocupação no pilar de saúde, o que reforça o impacto da pandemia em ajudar a desestigmatizar o tema. Entre os 80% dos consumidores brasileiros que reportaram estar preocupados com sua própria saúde mental, 54% indicam a situação financeira como o principal fator de tensão.

Hábitos mantidos no pós-pandemia

Os hábitos desenvolvidos ao longo da pandemia persistem e impactam na forma como os consumidores passam o tempo em casa. O home office já é uma realidade para mais de 60% dos participantes da pesquisa. No último mês, mais de 50% dos consumidores brasileiros trabalharam de casa pelo menos 1 dia por semana e 18% trabalharam pelo menos 5 dias por semana. 

Além de gostarem de passar tempo em casa e praticar atividades caseiras – como leitura, desenho, jardinagem, cozinhar etc.-, o cenário inflacionário e a maior preocupação com o aumento do custo de vida fez com que os consumidores passassem a ponderar ainda mais o custo na decisão de sair de casa, como forma de reduzir os gastos. Mais de 60% indicaram que, para economizar, têm consumido bebida alcoólica mais em casa do que em bares. Enquanto isso, 44% dos consumidores que buscam reduzir as despesas estão passando a realizar mais atividades em casa, como uma alavanca de economia.

Outra descoberta do estudo é que os consumidores se conscientizaram das desvantagens relacionadas ao uso excessivo dos meios digitais e estão tentando se afastar das atividades digitais, em especial como reflexo dos excessos cometidos durante a pandemia. Mais de  20% dos respondentes buscam reduzir o tempo gasto nesses meios, com destaque para a geração Z, onde 30% mencionam esse desejo, especialmente por reconhecerem que geram distrações indesejáveis e prejuízo à saúde.

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