Nos marketplaces do setor é possível um serviço de atendimento personalizado, resolvendo dúvidas do consumidor em tempo real
Autor: Fernando Martins
Empresas de revestimentos para a construção civil podem se beneficiar significativamente ao migrar a loja física para o online. Segundo a Pesquisa Social Commerce 2.0, divulgada em setembro do último ano pela All In e Opinion Box, 75% dos entrevistados pesquisam na internet antes de comprar um produto. Outra análise da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), prevê que o e-commerce atinja R$ 185,7 bilhões apenas em 2023, com um salto para R$ 205 bilhões em 2024. Dados que trazem à tona que, em busca de vender mais, estar online já não é uma opção: é indispensável.
Na área da construção civil, as dificuldades que as empresas enfrentam em se digitalizar envolvem a resistência à mudança, falta de investimento inicial e altos custos, baixa cultura de inovação e complexidade da indústria. No entanto, à medida que a conscientização da importância do ambiente digital para vendas e a própria demanda aumenta, é esperado um crescimento mais acelerado da digitalização do setor. Isso porque há diversas formas de se digitalizar.
Ter um e-commerce próprio permite que o empreendedor da indústria de revestimentos tenha total controle sobre a plataforma de vendas online. No entanto, ele ou o time, serão responsáveis por construir, gerenciar e manter o site ou aplicativo de vendas. O que envolve também personalização da experiência do cliente de acordo com as necessidades, a flexibilidade de definir as próprias políticas, estratégias de preços, promoções e ofertas especiais, adaptando-se às necessidades do negócio. E não menos importante, maior responsabilidade, afinal, operar um e-commerce próprio, torna a empresa responsável por todo o processo, incluindo gestão de estoque, atendimento ao cliente, logística de entrega e questões relacionadas à segurança e proteção de dados.
Estar em um marketplace, por outro lado, amplifica a exposição e alcance da marca. Um marketplace é uma plataforma online onde várias empresas podem listar e vender seus produtos. Mas ele oferece uma base de clientes já existente e um grande alcance devido ao tráfego gerado pela plataforma. Nesse modelo, o empreendedor precisa se adequar às políticas e regras estabelecidas pelo marketplace. Como diferencial, os fornecedores devem possuir flexibilidade durante todo o processo. Como, por exemplo, definir aspectos como design, funcionalidades e termos de uso, mas é beneficiado com o foco no produto: a empresa pode se concentrar mais no desenvolvimento e na oferta do que na gestão operacional. O processamento de pagamentos e logística geralmente é tratado pelo próprio marketplace, reduzindo gastos e otimizando o tempo entre venda e entrega para o cliente.
Em marketplaces que trabalham com empresas concorrentes, também há maior concorrência. Várias empresas podem vender produtos semelhantes lado a lado, o que significa uma competição direta por visibilidade e clientes. Cabe ao empreendedor avaliar quais os principais diferenciais competitivos do seu produto ou negócio e colocá-los à prova. Ou optar por marketplaces que trabalhem com exclusividade por produto: cada produto é oferecido somente por uma empresa.
No caso de materiais como de revestimentos, como pedras naturais e iluminação de alto padrão, a presença online permite alcançar uma audiência qualificada e um número expressivo de potenciais compradores. A redução de custos com aluguel, funcionários e estoque, permite reduzir o custo geral da operação, com isso, a empresa poderá oferecer preços mais competitivos e aumentar a margem de lucro, que resultará na receita do negócio.
Ainda para os fornecedores, o ambiente digital permite que as empresas acompanhem as tendências de mercado, comportamento do consumidor e análise de dados. Uma vez que as plataformas de marketplaces permitem que o fornecedor acompanhe em tempo real a compra, o fornecedor consegue entender os hábitos de consumo e tem informações para saber no que deve investir antes mesmo do estoque chegar ao fim.
Para os clientes, proporciona a conveniência de comprar produtos de qualidade sem a necessidade de deslocamento até uma loja física. Ele consegue buscar os itens de interesse com apenas um clique e comparar os preços, depois fazer o pagamento com segurança, além de poder receber amostras de produtos, quando necessário para experiência para o cliente.
Outra dica para melhorar a experiência do cliente, e pouco praticada pelos marketplaces, é ter um serviço de atendimento personalizado, onde o consumidor pode tirar dúvidas em tempo real, garantindo que ele entenda o produto que está comprando. Isso é possível ao fazer parte de um marketplace para o seu nicho de atuação.
Ao adotar a presença online, as empresas de revestimentos encontram um novo mercado a ser conquistado, conseguem ofertar uma maior variedade de produtos e ser mais competitivos. Atualmente, o Brasil é o segundo maior consumidor de itens de revestimentos, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (ANFACER), por isso é essencial que as empresas se adaptem às mudanças do mercado e aproveite as vantagens do ambiente virtual para expandir os negócios.
Fernando Martins é CEO do marketplace de revestimentos Arqplace.