Independentemente da legalidade ou não, das questões éticas e jurídicas, que envolvem a localização e uma possível cobrança de inadimplentes através das Redes Sociais, não há como negar que essas ferramentas de interação on-line, se bem trabalhadas, podem representar um caminho efetivo na resolução dessas questões pelas instituições financeiras. “Se é a melhor forma, não sei. Mas é um canal que pode ser utilizado de forma eficiente, porque possibilita localizar e mandar mensagens privadas aos devedores, tentando iniciar uma negociação e daí parte-se para um progresso ou não”, afirma Sabrina Brito, CEO da Simples Agência, empresa especializada em comunicação para a web.
Por trabalhar efetivamente com o mercado digital e ter exata noção de sua representatividade, a executiva explica que através das Redes Sociais, uma empresa de crédito pode, por exemplo, localizar um devedor buscando por seu nome e sobrenome. Mesmo que muitos utilizem apelidos, ela garante que a grande maioria coloca seus dados reais, até mesmo para serem localizadas com facilidade por amigos e pessoas que desejam se conectar.
Apesar do fácil acesso proporcionado pela interatividade do ambiente virtual, Sabrina reforça o discurso de que no caso de uma cobrança, por exemplo, de uma parcela atrasada de um empréstimo, deve-se haver a manutenção do sigilo do inadimplente por parte da instituição financeira e um foco bem definido de aproximação com o cliente, para o caso de haver uma reclamação. “O que pode acontecer é um devedor ficar revoltado e começar uma manifestação contra a financeira. Caberá à financeira ter uma estratégia de comunicação para acalmar e reverter à situação”, comenta.
A gestora lembra ainda, que esse tipo de situação é comum acontecer a partir do momento em que uma empresa, seja de crédito ou qualquer outro ramo, passa a utilizar as Redes Sociais no aprofundamento da relação com seus consumidores e clientes. “A partir do momento que uma marca cria um perfil oficial nas redes, ela deve estar preparada para se comunicar com estratégia, senão poderá causar danos a sua imagem e não saber como reverter de forma inteligente e amigável”, pontua.
Para finalizar, a CEO da Simples Agência, empresa especializada em comunicação para a web, vislumbra uma utilização cada vez maior das Redes Sociais pelas financeiras na interação com o ambiente virtual, seus clientes, e, até, numa possível localização e negociação com inadimplentes, mas alerta para os empecilhos que podem surgir diante desse tipo de trabalho. “Acredito que as financeiras venham a utilizar mais as redes sim, no entanto à medida que isso se tornar comum, os devedores vão começar a criar seus perfis com dados falsos e dificultar o trabalho das financeiras”, conclui.
