Bom para a Classe C, bom para a empresa



O aumento da renda e as facilidades de créditos são fatores que estimulam o consumo de bens e serviços por milhões de pessoas que compõem a classe C. Se souberem aproveitar o gancho, tal ascensão também pode ser uma excelente oportunidade de crescimento para empresas de todos os setores. Mas, sendo um mercado altamente competitivo, é bom ficar atento – quem não se adaptar a essa nova realidade perderá participação. “Um dos pilares do crescimento sustentável da economia é o aumento do poder de compra da população. Mais pessoas entrando no mercado consumidor, mais empresas produzindo, mais empregos gerados, mais salários pagos, mais consumo. Tudo isso gera um círculo virtuoso de crescimento”, afirma o economista Francisco Barone.

 

Para atender esse novo público, o economista ressalta que, de modo geral, o que se pode perceber do mercado é que as empresas que já eram focadas nesse seguimento estão ampliando sua capacidade produtiva e diversificando o leque de produtos/serviços. “Boa parte das que não atendiam esse segmento ou estão estudando entrar nele, ou já criaram uma linha de produtos populares. O exemplo clássico desse movimento é a Kopenhagen que criou a Brasil Cacau para atender às classes C e D”, ilustra Barone.

 

Segundo ele, a principal ação de crédito voltada para este público é o CDC, crédito direto ao consumidor, em que bens de consumo duráveis como carro, geladeira, fogão, TV entre outros, são financiados em prestações fixas. Este processo é viável para as empresas, pois, o custo com possíveis inadimplências já está embutido na taxa de juros do financiamento. “Quando uma loja financia um bem, o risco do não recebimento não é seu, e sim da instituição financeira que financiou aquela venda. A loja recebe o valor à vista. No final das contas, quem paga o custo da inadimplência é o consumidor final”, destaca.

 

Com a queda das taxas de juros as parcelas dos financiamentos ficam mais baixas, o que incentiva as pessoas a comprarem. O mesmo raciocínio vale para a recente redução do IPI sobre carros, estabelecido pelo Governo Federal. E os incentivos continuam: primeiro imóvel, primeiro carro zero popular, produtos da linha branca e marrom, bares e restaurantes, serviços de estética e beleza já estão entre os campeões de consumo, ilustra Barone.  “As pessoas das classes C e D não tinham recursos para comprar esses bens. Com o aumento de sua renda e financiamento fácil, agora têm”, comemora o economista.

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