A era da economia colaborativa



Até hoje, nas escolas de administração, aprende-se a ser, antes de tudo, competitivo. Na verdade, esse aprendizado vem de bem antes, das escolas elementares, quando somos estimulados a ser os primeiros nas lições e nos esportes. Mas eis que, de repente, ou nem tão de repente assim, começamos a encontrar exemplos e mais exemplos de empresas que se dão melhor exatamente porque aprenderam a enxergar as outras empresas como colaboradoras e não como concorrentes.

As mídias sociais têm um papel importante nesse surgimento da era da colaboração. Ou terá sido o contrário, a idéia de colaboração trazendo as mídias sociais para a vanguarda dos negócios? Seja como for, o fato é que a ênfase em muitas corporações está mudando.

Concretamente, o que a economia colaborativa traz de benefícios para as empresas, principalmente talvez para as médias e pequenas? Um artigo de Nellie Akalp, CEO da CorpNet, empresa especializada a ajudar empreendedores e pequenos empresários a começar e proteger seus negócios, publicado no Mashable, apresenta cinco benefícios concretos.

1. Networking. Negócios são movidos principalmente por indicações e conexões. Mesmo nos áureos tempos da competição “cutthroat”, como dizem os americanos, isso era sabido. Mas agora isso virou método. Formal, via grupo no LinkedIn, por exemplo, ou informalmente. E ganhou muito mais eficiência.

2. Inspiração e apoio. Quando você se junta a empreendedores como você, ganha uma fonte valiosa de motivação, inspiração e apoio. E pode compartilhar os desafios que enfrenta. Você não tem idéia da força que receberá com a energia dos outros.

3. Venda simbiótica. Que tal participar de um grupo de pequenas empresas que compartilham clientes e aproveitam oportunidades conjuntas de marketing? Isso era impensável até pouco tempo. Mas cada vez mais é uma realidade.

4. Propriedade compartilhada. É só olhar em volta para encontrar exemplos do compartilhamento de ativos que permitem que um negócio diminua os custos. Um amigo tem um posto na Raposo Tavares. Até recentemente, era dele tudo o que havia na propriedade: lojas, lanchonete, restaurante, etc. Hoje, mantém só o posto, terceirizando o restante – receita líquida e muito menos dores de cabeça.

5. Economias de escala. Essa é exatamente uma das metas de um programa de fidelidade que estou desenvolvendo para um grupo de empresas. Eles vão ganhar não apenas com a fidelidade dos próprios consumidores, mas com os ganhos que resultarão dos relacionamentos com os consumidores de todas as empresas envolvidas no que chamei de Rede Orgânica. Começando pelos descontos concedidos até agora apenas às grandes empresas, pois estarão comprando volumes maiores. Mas indo até projetos conjuntos de datawarehouse e redes de telecomunicações.

Em resumo, ao enxergar as outras empresas como sócias e não como concorrentes, os empresários podem se aproveitar do poder do coletivo para atraírem novos clientes, buscar inspiração e, em última instância, melhorar seus resultados.

Até a próxima.

Fernando Guimarães é especialista em marketing direto, de relacionamento e digital. Email: [email protected]

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