Frederick Taylor iniciou a Administração Científica sob a premissa da ênfase na tarefa. A realização do serviço era, sem dúvida, o foco. Não existia, formalmente, o treinamento, pois os empregados aprendiam sua função ao realizá-la, já que era só uma questão de repetir o mesmo movimento algumas centenas de vezes e pronto, o indivíduo já estava apto à função. Taylor estudava também a relação tempo versus movimento, pois desejava chegar ao tempo mínimo necessário para que o trabalhador realizasse sua tarefa. Falamos de uma época em que o líder era o dono da empresa e todos que vinham depois dele apenas seguiam seus métodos. Nesse momento, não havia outra preocupação que não fosse produzir. Era assim que as coisas funcionavam – e todos sabiam. Atualmente, em alguns lugares, a história se repete, a diferença está apenas no discurso contraditório. Temos, de um lado, um grupo de pessoas que necessita de treinamento e desenvolvimento. Pessoas que, ao serem contratadas, comprometem-se a entregar as metas com o máximo teor de qualificação possível, mesmo que a contrapartida financeira seja mínima. De outro lado, temos um modelo de gestão com um “jeitão” Taylor: processos engessados; treinamentos baseados na ênfase na tarefa; líderes despreparados para a gestão de pessoas; foco voltado para a performance técnica e, por vezes, infraestrutura e ergonomia extremamente inadequadas ao seres humanos ali alocados.
A liderança deve ser o grande foco do investimento, pois é ela quem fará a regência daqueles que ocuparão a linha de frente. Frente esta que terá contato direto com o cliente externo. No entanto, ao invés de nos depararmos com uma liderança composta por pessoas com visão de negócio e um olhar também para a gestão de pessoas, temos líderes cujas energias são drenadas por atividades técnicas e grandes cargas burocráticas, como relatórios e apresentações de resultados – atividades também necessárias, mas que só satisfazem uma parte da empresa: a cúpula.
Para as equipes, sobra apenas uma “voltinha” pela área, que o líder, geralmente em círculos, realiza numa velocidade média suficiente para não ser parado. E ele percorre esse espaço realizando um som, emitido pelo juntar de ambas as palmas das mãos, obviamente sincronizado com o ruído de seus passos, gerando um compasso contínuo e sem interrupções, que propaga, fatidicamente, a seguinte frase: “VAMOS LÁ, PESSOAL. Assim, não sei aonde vamos”!