Marcos Calliari, CEO da Ipsos

Pix é o meio de pagamento preferido por 97% dos brasileiros

Segundo o estudo da Ipsos, sem considerar o dinheiro em espécie, população utiliza no mínimo quatro formas de pagamentos diferentes

O Pix se consolidou como o meio de pagamento preferido pelos brasileiros, segundo o estudo “Meios de Pagamento Latam 2024”, realizado pela Ipsos. A pesquisa revela que 97% dos entrevistados utilizam o Pix, seguido pelos cartões de débito (85%) e por contas digitais, como carteiras digitais e aplicativos de pagamento (75%). Além disso, o levantamento destaca que os cartões de crédito físicos (72%) e os cartões de crédito virtuais (61%) também possuem forte adesão, demonstrando a relevância de métodos digitais no comportamento financeiro dos consumidores. 

Entre os entrevistados, 90% relevaram ter ao menos um aplicativo de pagamento instalado no celular. Meios mais tradicionais, como talões de cheques, aparecem com apenas 4% de uso, mostrando um declínio significativo nesse formato. Os brasileiros, em média, utilizam 4,3 meios de pagamento diferentes, excluindo o dinheiro em espécie. O Pix e os cartões de débito se destacam como opções amplamente acessíveis, abrangendo diversas classes sociais e faixas etárias. No entanto, o estudo também revela que consumidores com maior poder aquisitivo apresentam um portfólio mais diversificado de métodos de pagamento, indicando um perfil de consumo mais complexo.

Fraudes também em alta

Outro dado alarmante da pesquisa é o aumento das tentativas de fraude. Mais da metade dos brasileiros (53%) foi alvo de algum tipo de golpe financeiro por telefone nos últimos 12 meses. As tentativas de golpe por mensagem atingiram um número ainda maior, 59% dos entrevistados. As fraudes mais frequentes ocorreram em transações com cartões de crédito físicos (21%), seguidos pelos cartões de crédito virtuais (14%), cartões de débito e de loja (13% cada), contas digitais (11%), dinheiro vivo (10%) e transferências eletrônicas (9%). Aproximadamente 30% dessas tentativas resultaram em golpes bem-sucedidos, o que significa que 1 em cada 6 brasileiros (15%) foi vítima de fraude no último ano. Esses números destacam a vulnerabilidade do sistema de pagamentos e a necessidade urgente de ações coordenadas entre instituições financeiras, governo e usuários para combater esse problema.

De acordo com Marcos Calliari, CEO da Ipsos, no Brasil, a construção de um ambiente digital mais seguro é um desafio coletivo. Ele destaca que apenas com a colaboração de todos os envolvidos — incluindo instituições, governo, usuários e uma participação ativa da imprensa — será possível reverter o cenário atual e permitir que o Brasil explore todo o seu potencial na economia digital. “A confiança nas transações digitais é essencial para o desenvolvimento econômico e social, mas a vulnerabilidade do sistema brasileiro representa um entrave significativo a esse progresso. É fundamental que instituições financeiras, governo, usuários e a mídia atuem de forma conjunta para construir um ambiente digital mais seguro. Somente com a colaboração de todos os envolvidos será possível reverter esse cenário e garantir que o Brasil explore plenamente seu potencial na economia digital”.

Expansão do estudo na América Latina

A edição 2024 do estudo, que abrangeu 14 países, ampliou a amostra em relação ao ano anterior, que contemplava 9 países. A pesquisa deste ano envolveu 7.800 entrevistas com consumidores da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Honduras, México, Panamá, Peru, Porto Rico e República Dominicana. “A inclusão de mercados emergentes e em expansão, como El Salvador, Honduras, Porto Rico e República Dominicana, reflete o compromisso da Ipsos em proporcionar uma visão mais abrangente dos hábitos financeiros na América Latina”. concluiu Calliari.

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