Inovação compartilhada

Autor: Henrique Mazieiro
Que as startups são modelos de negócios escaláveis tentando inovar com o desenvolvimento de soluções em um cenário de incertezas não é novidade. A reflexão da vez é que, esses empreendedores disruptivos vem transformando não só o nicho em que atuam, mas também todo um setor de mercado anteriormente tradicional e dotado de velhas práticas.
Com o avanço da tecnologia, a chegada da geração millennials ao mercado de trabalho e a mudança na forma como as pessoas consomem os mais diferentes tipos de produtos, as corporações tradicionais tiveram que se adaptar para continuarem competitivas. O novo consumidor demanda um conjunto de agilidade, mobilidade e conveniência, que não pode passar despercebido e deve ser cada vez mais incorporado pelos negócios.
No entanto, implementar mudanças e transformar o legado de uma instituição tradicional não é tarefa das mais simples, por isso um movimento que passou a acontecer foi as grandes empresas buscarem as novatas, que já nasceram com essa veia de inovação e tecnologia, para adotar novas soluções e aprimorar seus processos. Prova disso é que, hoje, já existe uma ampla gama de startups que atuam exclusivamente no segmento B2B, oferecendo recursos para modernizar setores até então mais enraizados.
Uma pesquisa feito pela GE Global Innovation Barometer com executivos seniores de 23 países demonstra essa transformação: 81% reconheceram o crescimento da cultura de startups e concordaram que essa é uma forma de estabelecer sistemas inovadores dentro das organizações. Outro estudo, realizado pelo Harvard Business Review, apontou que 43% das empresas pesquisadas, de diversos setores, estão conseguindo resultados positivos em seus negócios com investimentos em transformação digital.
Uma das principais aplicações tecnológicas que vem sendo inserida nos negócios das grandes companhias é a Inteligência Artificial (IA), tecnologia que se expandiu e fortaleceu em paralelo ao movimento de crescimento das startups no mercado. O objetivo é aprimorar a relação entre empresas e clientes.
Cada vez mais conectado e atento as mudanças ocorridas no comportamento do consumidor, o setor tradicional de seguros é um dos que está apostando nas soluções digitais para atender as novas demandas e se manter competitivo. No caso da Inteligência Artificial, a ideia é levar mais qualidade, segurança e agilidade para os processos, inovando em um ambiente complexo de sistemas, nos quais as seguradoras estão inseridas.
A IA é capaz de substituir esforços repetitivos e manuais, que consomem tempo e recursos deixando de agregar valor ao negócio, por processos automatizados, o que aprimora os serviços das seguradoras de diferentes formas. Entre as vantagens estão um processo mais rápido, melhor experiência do usuário, redução de custos, maior competitividade no mercado e estímulo à inovação.
Visto que o cenário é de transformações, o que percebemos é que não só as startups têm muito a aprender com a experiência das já bem-sucedidas e consolidadas organizações, como as empresas tradicionais também estão cada vez mais engajadas em se inspirar na dinâmica de inovação dessas pequenas disruptivas.
Henrique Mazieiro é fundador e CEO da Planetun.

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Inovação compartilhada

Ao contrário do que muitos pensam, a inovação consiste não em inventar coisas, mas em tornar novo o que já existe, ou seja, deixar melhor aquilo que já conhecemos. Mas, para tanto, precisamos de gente, pois só o ser humano pode fazer isto. O mundo corporativo vem adquirindo essa consciência. As empresas enfim entenderam que, em pleno século XXI, as pessoas são o bem mais precioso. Mas não devemos imaginar que tal descoberta tenha cunho emocional ou romântico. Não podemos esquecer que ainda vivemos num mundo onde o capital é o grande objetivo. O fato é que as empresas descobriram: “um gera o outro”. As pessoas geram o capital, e não o contrário.
Sim, já houve o tempo em que as máquinas e a tecnologia foram as “bolas da vez”. Tivemos algumas eras que, somadas, foram construindo a razão da existência das coisas. Na Era Agrícola, as terras eram o mais importante. O camponês era apenas um braçal tarefeiro. Após um pequeno avanço, chegamos à Era Industrial. Nesse momento, as máquinas foram consideradas as grandes responsáveis pelos avanços econômicos, e o camponês se transformou em operário. Foi nela que a expressão “mão de obra” se consolidou, já que, literalmente, ela evidenciava que era a mão o que mais importava. Eis que chegamos à onda tecnológica, por alguns, conhecida como a Era da Informação. A máquina voltou a ser algo importante, pois nela é que se armazenam as informações.
Toda era sempre possuiu os que apenas executavam, mas parece que a nova Era da Inovação pretende alterar essa premissa. O fato é que vejo, instaurando-se, uma nova onda decorrente da inovação: a “Inovação Compartilhada”, que consiste em tornar novo o que já existe, liberando “a fórmula” para o mundo. Hoje, nada mais é de um, pois as pérolas estão em rede. Não existem segredos para as grandes ideias. A multidão passa a ter o poder de se ajudar. São redes de relacionamentos afetivos, profissionais, segmentados, concentrados etc. Todos numa mesma “vibe” (ou vibração). O ser humano em rede não se restringe a apenas ser “mão”, e busca presença, ainda que virtual. Isso está gerando poder, um poder também coletivo e que ganha muita força no mundo corporativo.
Desculpe, mas muito em breve não haverá mais espaço para aqueles que podem oferecer apenas “mão de obra”. E você, em que vibe está?
Edison Andrades é palestrante e sócio da Reciclare Treinamento. Facebook.com/professor.edison.andrades

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