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A consolidação estratégica, com cases de sucesso



Há dez anos, empresas pequenas sequer imaginavam a possibilidade de ter um sistema de gestão empresarial. Mas a necessidade de aprimorar os processos e aumentar a competitividade pesaram, mudando o perfil dos compradores de soluções. E cada vez mais investem em soluções de ERP, como mostra pesquisa do IDC: investirão cerca de US$ 13,6 milhões em TI até 2009, sendo que 28% destinados a sistemas de gestão. No primeiro trimestre deste ano, a SAP aumentou em 28% sua base mundial de clientes de pequenas e médias empresas, que já representam 75% de seus clientes no mundo. A oferta da Oracle, para aumentar sua participação neste mercado, atende com Oracle Accelerate que possui 123 novas soluções.

“Indústrias de porte médio percebem que utilizar recursos de gestão do ciclo de vida do produto (PLM, do inglês Product Lifecycle Management) é fundamental para ganhar agilidade no lançamento e a possibilidade de chegar a produtos cada vez mais competitivos e de maior qualidade. Foi o que levou, por exemplo, a GoEngineer Inc. a ser o primeiro parceiro a lançar soluções Oracle Accelerate baseadas no Agile PLM”, revela Adrian Duran, diretor de consultoria de vendas de aplicativos da Oracle do Brasil. A oferta da Datasul é o EMS Start, responsável pela automatização dos principais processos da empresa integrando e agilizando o fluxo de informações, apoiando a tomada de decisões e gerenciando o controle operacional, com custos mais baixos. De acordo com Sérgio Grisa, gerente de marketing da Datasul, trata-se de uma solução completa que engloba gestão financeira, logística, manufatura e de recursos humanos.

Mas a receptividade do mercado deve ser creditada à melhora das soluções de ERP, do processo de implementação e à entrega de solução adaptada às necessidades do cliente – esta, uma outra grande evolução dos fornecedores. “Os aplicativos ganharam nova interface para ficarem mais preparados para gerir o cliente e não apenas o operacional. Assim, os empresários menores conseguem entender melhor o que está acontecendo com os seus clientes e competir em grau de igualdade com os maiores”, conta Ladmir Carvalho, sócio-diretor da Alterdata.

CASES
O espelho do crescimento do mercado pode ser medido pela satisfação dos clientes. A rede varejista Dadalto iniciou a utilização do ERP da Totvs em março de 1996 e, já no primeiro ano, registrou crescimento no faturamento de 25% e uma média de 20% nos seguintes, resultado de uma série de transformações proporcionadas pelo ERP, como maior controle de estoque com acuidade de 98% e mudanças de conceito nos departamentos da empresa, unificando toda a burocracia em uma área física com uma única gerência. “Com isto, outros gerentes de áreas críticas como contabilidade, financeiro e estoque se dedicam mais às responsabilidades referentes às suas funções sem terem compromisso com os processos operacionais”, explica Guilherme Santa Clara, gerente de TI. A Della Via Pneus, outro cliente Totvs desde 2005, destaca que o produto foi responsável por maior controle e gerenciamento dos processos e informações. Segundo Marcos Paulo Corrêa, CIO do grupo, a empresa cresceu e começou a ter problemas de gerenciamento das informações que não eram compartilhadas entre os outros funcionários. “Dessa forma a informação pertencia ao profissional e não à empresa”, reconhece Corrêa.

A Expor Manequins, que exporta manequins para a América Latina, começou utilizar ERP da Dataplace no início de 2007 e, desde então, consegue controlar de forma mais eficaz o processamento de pedidos e obtenção da informação. Marcos Andrade, diretor financeiro, acredita que a solução otimiza a tomada de decisões e soluciona dúvidas quanto a pedidos, custos, recursos, entre outras informações. Em junho, a empresa irá integrar o ERP à solução de CRM. “O Dataplace Symphony é hoje o único aplicativo de mercado, que atende tanto a indústria como o atacado e varejo, desenvolvido inteiramente em um único ´core business´”, afirma Luís André Garavaso, diretor-geral da Dataplace. Já a Casa de Saúde Santa Marcelina, adepta da ferramenta da WK Sistemas há sete anos, aponta a integração entre os setores de suprimentos, financeiro, contábil e patrimônio como a principal evolução obtida com o ERP, resultando em agilidade na confecção de relatórios. “O Radar Empresarial se destaca por ser uma solução enxuta, com grande poder de integração, segurança e velocidade de processamento; é uma solução estável e altamente flexível, a ponto de ser parametrizada de forma que atenda as reais necessidades de cada empresa”, explica Balzan, da WK Sistemas.

A Berneck, empresa que produz e comercializa painéis e produtos de madeira, implementou a solução da Datasul em janeiro de 1997 e teve uma grande melhoria no controle de processos operacionais, proporcionando credibilidade junto as instituições financeiras e auditorias. “Em nosso caso, pelo formato que utilizamos nesta implantação, os retornos foram vantajosos tanto na melhoria de controle e de segurança, quanto no retorno financeiro sobre o investimento”, avalia Waldir de Oliveira, gerente de informática. A empresa terá uma nova versão do produto de relacionamento com cliente. “O By You, recém-lançado, é uma solução de software as a service, liberada com conceitos de  SaaS e web2.0”, conta Grisa, da Datasul.

O pouco tempo de uso da solução da Oracle não impediu que o Grupo Marquise, que atua nas áreas de construção civil, limpeza urbana, gestão de água e esgoto, hotelaria, finanças e comunicações, contabilizasse bons resultados. Para Manoel Ribeiro, superintendente de TI do grupo, a solução proporcionou a mudança de processos nas áreas de negócios, maior integração e melhoria da qualidade das informações. “O ERP padroniza processos, automatiza tarefas e acima de tudo é uma excelente ferramenta de gestão, mantendo um controle rígido sobre os negócios, evitando desvios e fugas do planejamento”, avalia Ribeiro. A promessa era para julho, a empresa implantar novos módulos com objetivo de integrar as áreas de negócios de orçamento de obras, execução, processos de recursos humanos, CRM e folha de pagamento. “Quando mostramos os benefícios e como os sistemas contribuem para o aumento da rentabilidade e ganhos de produtividade em áreas que eles tinham dificuldade de identificar, os empresários começam a entender a importância dos investimentos em sistemas de gestão empresarial. No caso da Oracle, temos uma tecnologia 100% baseada em internet e facilmente integrada a outras plataformas, além de um forte ecossistema de parceiros que poderá atender a empresas de vários tamanhos”, ressalta Duran, da Oracle.

Outra empresa que adotou a ferramenta da Oracle foi a indústria alimentícia M. Dias Branco. De acordo com o diretor de desenvolvimento tecnológico, Haroldo Menezes, foram implantados 22 módulos do sistema que abrange desde a aquisição da matéria-prima até o faturamento, passando pelos processos de planejamento de demanda, produção, até a área de controladoria e fiscal. O executivo diz ainda que o grupo utiliza um modelo de governança que demanda um processo de melhoria contínua denominado CSI (continuous service improvement).

A indústria de tecidos Têxtil Beraldin implementou o ERP da Star Soft em 2001. “Hoje o software nos atende em todas as áreas com agilidade de informações, consultores sempre disponíveis e custo baixo”, garante Vanderlei Barbato. A empresa tem planos para efetuar melhorias ainda este ano. Jean Carlo Rodrigues, gerente de marketing da Star Soft, diz que a flexibilidade da Star Soft Applications permite que suas soluções modulares sejam integradas a outros sistemas legados.

Usuário do sistema da Alterdata há pouco mais de cinco meses, o Shopping Matriz, há 27 anos no comércio de móveis de escritório, já sente as evoluções com a implementação como a interligação de loja e retaguarda. “Hoje temos a possibilidade de acompanhar o processo de nossas vendas, pedidos de compra e até uma ordem de serviço de qualquer ponto de nossa empresa”, comemora Carlos Sérgio Araújo, gerente de TI. E para ganhar visão única do cliente, a empresa integrou o ERP ao CRM. “Uma empresa como a nossa necessita de melhorias a cada momento, pois o nosso processo de evolução é contínuo. Precisamos manter nossa liderança no mercado”, justifica Araújo. Outra empresa que optou pelo ERP da Alterdata, há dois anos, foi a Cael Materiais de Construção. Segundo Alexandre Maciel, a empresa precisava de um sistema que acompanhasse seu crescimento e proporcionasse ganho em qualidade e velocidade da informação. “A Alterdata vem fazendo com o seu ERP uma revolução no segmento das médias e pequenas, pois tem colocado recursos em seus sistemas que apenas existia em grandes softwares para grandes empresas”, ressalta Carvalho, da Alterdata.

AQUISIÇÕES
O segmento de software para gestão empresarial passa por um movimento intenso de consolidação e aquisições, focadas em ampliar linha de produtos e market share. Só nos últimos três anos a Oracle adquiriu 40 empresas. “Nossa estratégia de aquisições foi fundamental para que a empresa ampliasse o portfólio de aplicativos. O objetivo é obter a liderança no segmento de aplicativos em dois anos, o que justifica a compra de empresas importantes como PeopleSoft, Retek, Siebel e Hyperion”, afirma Duran. Em 2007, a SAP conseguiu fazer a aquisição da Business Objects. “Essa compra veio complementar o portfólio de soluções da SAP e como resultado final, atender nossos clientes de forma ainda mais completa”, resume o diretor de marketing, Marcus Giorgi.

E, entre fusões e aquisições, o desafio é dar continuidade aos projetos desenvolvidos, evitando inquietações no mercado e eventuais conflitos no relacionamento cliente/fornecedor. Afinal, este movimento provoca dois tipos de reação. De um lado, a consolidação de um relacionamento, já que pode agregar novos valores e tecnologia para a parte que foi absorvida na fusão. Por outro lado, pode provocar rompimentos caso o consumidor não sinta afinidade com a empresa que passa a deter o controle de seu antigo parceiro. “Ao absorver a carteira de clientes de uma corporação, a empresa compradora pode, deliberadamente, optar por se dedicar estrategicamente a um determinado tipo de cliente, abrindo mão de outros. Isso acaba fazendo com que consumidores descartados pelo novo parceiro busquem novas opções no mercado”, diz Estanislau Mário Balzan, diretor da WK Sistemas. Rodrigues, da Star Soft, comenta que este processo interfere estrategicamente no relacionamento fornecedor/cliente na indefinição futura de qual será efetivamente a solução adotada no processo, e como será atendido o cliente das soluções preteridas.

Desde a abertura de capital, em 2006, a Datasul anunciou a compra de dez empresas e, segundo Grisa, as aquisições têm sido bem sucedidas do início ao fim do processo, em razão da transparência com que tem conduzido cada transação. “Desta forma, não há margem para distorções financeiras e de nenhuma outra natureza; e a integração acontece com muita tranqüilidade.”

Mas, de fato, usuários afirmam que essas mudanças podem causar rupturas caso o sistema não continue atendendo-os da mesma maneira. “A aquisição de um ERP de uma empresa que foi adquirida por outra maior, que já possui a ferramenta, pode obrigar o cliente a trocar antecipadamente o ERP, incorrendo em risco e custos não previstos”, analisa Ribeiro, do Grupo Marquise. Araújo, do Shopping Matriz, complementa: “Quando a empresa percebe que está deixando de crescer por falta de controle de produtividade e qualidade, a credibilidade já não é mais a mesma.”

Carvalho, da Alterdata, acredita que todas as fusões e aquisições que têm acontecido estão preservando os aplicativos legados, mantendo os clientes sem impacto. “O que deve acontecer no futuro são migrações com mudanças de tecnologia, mas certamente de longo prazo e com opção do cliente.” Andrade, da Expor Manequins, concorda. “Neste cenário de fusões e aquisições, muita gente vai ter de migrar a força para soluções que havia descartado, mas que acabaram predominando no mercado.”

PROFISSIONALISMO
Encarar o desafio e acompanhar passo a passo a implementação de uma solução é primordial. Depois, quebrar a barreira da mudança, já que em muitas empresas ainda existe uma postura de resistência a transformações. “É necessário que o patrocinador da mudança assuma o papel de motivar e preparar as pessoas, pois muitos profissionais nunca passaram pela experiência. É comum encontrar pessoas perdidas, confusas, com receio de perder emprego ou defendendo seus sistemas e processos antigos. É preciso muita psicologia no andamento do dia-a-dia das reuniões de implantação do ERP”, explica Ribeiro, do Grupo Marquise.

Andrade, da Expor Manequins, acredita que apenas demonstrando o impacto positivo no seu dia-a-dia é que se consegue o comprometimento. De resto, como é uma decisão estratégica de mudança da empresa, existe a compreensão de que será realizada apesar dos problemas naturais de transição. Luís Roberto Teles, da Casa de Saúde Santa Marcelina, conta que foi realizado um treinamento para a utilização da ferramenta e apontamento das melhorias, evitando possíveis falhas nas informações.

Uma estratégia que traz resultados é contar com a participação do fornecedor para garantir a eficácia do produto. “Hoje, dentro da empresa, temos um ponto focal, onde toda a solicitação é discutida e encaminhada para a Star Soft” revela Barbato, da Têxtil Beraldin. A integração da área de implantação da Alterdata junto ao setor de TI do Shopping Matriz resultou no sucesso da ferramenta. Segundo Araújo, a implementação foi feita de uma única vez e com a participação da equipe de TI do Shopping para que estes pudessem conhecer a fundo todo o processo da solução. Oliveira, da Berneck, acredita que utilizar uma metodologia que permita integração de processos operacionais dependentes do ERP incita a necessidade de melhorar gradativamente o fluxo deste processo, e, conseqüentemente, o envolvimento dos funcionários. Santa Clara, da Dadalto, compara a relação cliente/fornecedor com a de um casamento. “Você escolheu a noiva, teve tempo pra namorar, conheceu todas as virtudes e defeitos e foi recíproco com o parceiro se permitindo o conhecimento. Se depois do casamento houver uma convivência ruim, ambas as partes terão de tentar resolver o problema, mas, se a convivência não funcionar, o jeito será buscar outro parceiro.”

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