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Prepare-se para a economia do conhecimento



Ao encarar uma situação adversa, há os que sofrem com a crise e os que enxergam as grandes oportunidades. Sempre que a humanidade passa por uma fase turbulenta, como a atual, a sociedade busca formas de responder às novas demandas para encontrar um ponto de equilíbrio. Essa é a proposta central de “Tempo de pensar fora da caixa”, o terceiro livro do escritor, pesquisador e consultor Ricardo Neves. Conteúdo e timing perfeitos para esse momento de ruptura que balançou os alicerces do capitalismo e sacudiu a economia globalizada do século XXI.

Os acontecimentos recentes aceleram o principal vetor no desenvolvimento da humanidade: a inovação. A velocidade das ondas de inovações tecnológicas vem crescendo substancialmente, desde a primeira, no final do século XVIII, com o ferro e a energia hidráulica. Passando pela segunda, com as caldeiras e estradas de ferro. Depois vieram a eletricidade e o motor à combustão, seguidos dos avanços na petroquímica e a conquista do espaço, até chegar à quinta onda, com o desenvolvimento da tecnologia da informação e da biotecnologia. As mudanças recentes na história da humanidade nos empurraram para a Era da Economia do Conhecimento. A Sociedade Digital Global já é uma realidade, mas não dá para garantir qual será a sexta onda na transição da era pós-industrial.

Neves faz algumas apostas: um mundo cada vez mais complexo e interdependente, a incerteza sobre o futuro e alta volatilidade, novas formas de produção e consumo ligadas ao conhecimento, e a decadência de produtos de baixo valor agregado. Neves mantém o seu estilo provocador, num cuidadoso trabalho de pesquisa, que une o seu papel de explorador a um toque refinado, sempre embasado em referências de primeira linha como William Bernstein e Guerreiro Ramos.

O autor identifica de forma clara o principal agente da mudança iminente: o indivíduo. Cada vez mais preparadas, informadas, ocupadas, exigentes e colaborativas, serão as pessoas que, de fato, mudarão as regras do jogo. É claro que existe um percentual pequeno destes pioneiros do tempo. A minoria animada que faz a maioria dançar. Mas nem só de inovadores sobrevive uma organização. Para variar, o segredo está no equilíbrio e Neves aponta as três principais categorias diferenciadas de colaboradores de qualquer organização: os game-players (que simplesmente jogam o jogo), os game-changers (fazedores de mudança, os inovadores) e os perigosos game-blockers (aqueles que não querem mais jogar, são céticos e até sabotadores). O segredo é achar o equilíbrio ideal para a empresa, combinando os dois primeiros grupos e livrando-se rapidamente dos zumbis da organização.

Os fazedores de mudança representam a verdadeira classe criativa propulsora da economia do conhecimento. E as empresas estarão cada vez mais em busca dos alternativos criadores. Viveremos uma guerra intensa e silenciosa pelos talentos inovadores. A atração e retenção destes profissionais já é um grande desafio. E o principal deles é criar um sistema de gestão que valorize o talento criativo e incentive uma atitude contínua de inovação. Os modelos mais modernos de gestão estão migrando de um sistema de comando e controle para a criação de conselhos e comitês pautados pela força da colaboração. Funções matriciais intensas e responsabilidades cada vez mais horizontais e globais.

O livro apresenta ferramentas para escaparmos da prisão cognitiva em que nos metemos.  Neves conta histórias ilustrativas de recusa à mudança e exemplos de como começar, de forma prática, a encarar o desafio de inovar. Por fim, ele traz uma boa-nova: o mundo está de cabeça para baixo. Para pessoas que, como eu, trabalham em organizações game-changers, é uma dádiva conviver neste ambiente futurista. Particularmente, eu adoro fazer parte dessa minoria animada. E você, está preparado para dançar?

Marco Barcellos é diretor de marketing da Cisco e mestrando da FGV-SP. (http://blogclientesa.clientesa.com.br/clubedolivro)

 

Ficha Técnica

Tempo de pensar fora da caixa
A grande transformação das organizações rumo à economia do conhecimento
Ricardo Neves
Editora Campus-Elsevier – 2009 (236 páginas)

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