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Um banco de dados para tudo?



Imaginemos uma empresa-exemplo que usa, simultaneamente, dois sistemas transacionais que tomam conta das operações diárias como comprar, vender ou produzir. Foram desenvolvidos e são mantidos em plataformas tecnológicas distintas, o que traz uma dificuldade natural em integrá-los, há planos de aposentar um deles no futuro. Para obter informações gerenciais, foi criado um banco de dados em Oracle alimentado por extrações diárias dos sistemas legados, que são carregadas no formato original: um tabelão com várias informações organizadas na mesma linha. Os usuários têm direitos de realizar consultas em SQL, a linguagem-mãe do universo de bancos de dados relacionais, usando ferramentas simples como o Microsoft Query. Como esses tabelões em Oracle tinham acesso mais fácil que os sistemas legados originais, um conjunto de aplicações-satélite foi criado para resolver problemas pontuais de informações gerenciais. Há hoje dezenas de pequenos aplicativos que consultam essa base, implicando em instabilidades em seu desempenho.

Outro problema é trazido por conflitos conceituais na obtenção de informações gerenciais, uma vez que é impossível garantir que os mesmos critérios de consulta serão usados em diferentes áreas da empresa. Em outras palavras, o número nunca bate!

Um novo projeto, delineado pela área de negócios, pretende aperfeiçoar a distribuição de informações de gestão comercial. Apesar de reconhecer a importância e relevância do projeto, a área de tecnologia de informação reluta em implantar novo sistema-satélite e agravar o desempenho da base de dados atual.
E você, está rindo? É por adesão ou ironia? Porque é comum achar situações parecidas em empresas de todos os ramos de negócios, sejam pequenas, médias ou grandes.

E onde entra nossa pergunta de partida para esse artigo? Bem, há uma expectativa de construir um superbanco de dados. Aquele que vai ser capaz de responder a toda e qualquer pergunta, mesmo aquelas que as áreas de negócios ainda nem pensaram em formular. Como dizem os americanos, um one size fits all database.

Ainda não sei se sou um chato ou um pessimista, mas o fato é que faz tempo que deixei de acreditar nesse tipo de milagre. Em quase 15 anos trabalhando na área, nunca tive oportunidade de testemunhar uma organização com esse verdadeiro oráculo, sem trocadilhos, em funcionamento. O que realmente podemos encontrar são estágios intermediários, no qual determinadas funções do negócio estão muito bem supridas de bancos de dados com desempenhos adequados e com aplicações analíticas desenhadas para realizar ações e transformar os investimentos realizados em retornos econômicos.

Nesses locais, sempre encontrei a construção dos repositórios de dados priorizados a partir das demandas do negócio, que proporcionam reduções de custo, ganhos de receitas e melhorias na eficiência da gestão e competitividade.

Voltando a nossa empresa-exemplo, acredito que o melhor caminho seja iniciar o redesenho da base de dados pela necessidade da área de gestão comercial, buscando contemplar aplicações correlatas. O modelo de dados deve ser mais flexível que um tabelão e mais desacoplado dos sistemas legados, de forma que a evolução de um não influa na continuidade do outro.
Mãos à obra!

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