A real percepção

Não são poucas as informações geradas pelo contact center, ainda mais nos dias de hoje em que há uma infinidade de canais. Porém, de que adianta, se muitas vezes são jogadas fora. Com a necessidade cada vez mais forte de atender com qualidade e resolver as dúvidas no primeiro contato, ter a verdadeira percepção de toda a operação e dos clientes pode ser o grande ponto de diferenciação. Quem vem auxiliando as empresas nesse sentido é o workforce optimization, WFO. Embora não seja colocada como a evolução do workforce management, a plataforma faz a gestão da força de trabalho, indo mais além, pois conta com soluções de gravação, speech analytics, desktop analytics, quality management, scorecards, coaching e até gamification.


Na prática, o WFO pode ajudar as organizações a refinarem os processos, produtos, serviços, treinar funcionários e tomar outras decisões que impactam no custo e na qualidade da experiência do cliente, segundo Roberto Dechiare Junior, CEO Ddcom Systems. “O WFO agrupa diversas soluções que podem ser aplicadas às centrais de atendimento, tornando possível ter uma visão concisa e em tempo real da capacidade e preparação da operação para atender ao cliente”, esclarece Pedro Silveira, gerente de marketing da Interactive Intelligence do Brasil.


Assim o WFO chega para levar inteligência às operações de contact center, principalmente por conta das soluções de analytics, na visão de MontSerrat Morales, gerente de consultoria em soluções da Aspect para a América Latina. Isso porque, as empresas perceberam que é preciso saber o que o cliente está falando. Já não basta gravar, é preciso analisar. “Durante muito tempo as empresas foram só gravando, juntando um número gigante de informações, sem saber como utilizar. O WFO permite que as empresas usem esses dados que ela já possui a favor”, explica. Ela conta que com a solução de analytics, por exemplo, é possível identificar o que o cliente está falando, quais os produtos que ele gosta e quais suas principais reclamações para trabalhar em cima disso, desenvolvendo novos produtos e ofertas. “É possível acompanhar de maneira próxima e muito mais efetiva o que chamamos de ´customer behavior´ para planejar ações proativas e eficientes no alcance das expectativas do cliente e da própria corporação”, completa Dechiare Jr.


Isso se torna ainda mais relevante nos dias de hoje, em que as tecnologias que suportam a flexibilidade das empresas dentro dos múltiplos canais de interação são atualmente uma grande oportunidade para todos que queiram progredir na direção do cliente, segundo Alexandre Schultz, country manager da Teleopti no Brasil. Uma das tecnologias que se destacam nessa frente é o Workforce Optimization, WFO. Ele explica que, hoje, as empresas precisam estar muito próximas dos clientes também para reagir a seus eventuais erros e enganos.


O especialista em experiência do cliente da Avaya, Vladimir Batista, pontua que as mudanças impostas pela adoção serão percebidas em diferentes perspectivas. Para os supervisores, as aplicações dão uma visão mais clara das deficiências e pontos fortes do time, permitindo trabalhá-las para melhorar o desempenho. Para os clientes, a percepção se dá pela melhora na qualidade do atendimento. E, para as áreas de negócios, os resultados podem ser observados a partir de indicadores de satisfação de clientes e de negócios. “Além disso, uma operação de vendas pode se beneficiar com o aumento de vendas ou diminuição do tempo de decisão do cliente. E uma operação de retenção pode identificar diferenciais mais interessantes para os clientes”, completa.


ADOÇÃO
Nesse sentido, o gerente de marketing da Interactive Intelligence do Brasil vê os conceitos de WFO sendo percebidos como muito relevantes por companhias em todo o mundo. Só na América Latina, o mercado de aplicações relacionadas a WFO teve faturamento de U$ 56.4 milhões em 2012, de acordo com a Frost & Sullivan, sendo que o Brasil representou 45% do faturamento total. “As soluções de WFO serão cada vez mais reconhecidas por empresas de todos os segmentos e tamanhos, à medida em que seus early adopters comecem colher os bons resultados de sua aplicação e o mercado será impulsionado a crescer acima de 10% até, pelo menos, 2018”, prevê Silveira.


O crescimento da adoção da tecnologia, segundo o CEO Ddcom, se deve a própria mudança de visão do mercado. “As empresas começaram a ver o contact center não mais como uma fonte de gastos ou problemas para a empresa, mas sim como uma importante fonte de informações estratégicas para toda a companhia”, comenta. Ele explica que boa parte das empresas está em fase de aculturamento em relação aos ganhos que essa tecnologia pode trazer, destacando que muitas não possuem ainda nem gravação de tela integrada com voz para melhoria dos processos de qualidade com uso de ferramentas como o Quality Monitoring. Para Paulo Roberto Bonucci, country manager para divisão de EIS da Verint no Brasil, embora a adoção de soluções de WFO tenha aumentado, as empresas ainda estão trabalhando para aperfeiçoar o desempenho dos colaboradores, processos e tecnologia para ampliar a eficiência do serviço, a fim de auxiliar na melhoria do atendimento ao cliente.


Ainda assim, como o WFO contempla diversas aplicações, ele vive cenários distintos de implementação, segundo Yngrid Azevedo, gerente de desenvolvimento da Avaya. No mercado brasileiro, algumas das aplicações estão bastante maduras, como as soluções de gravação e as de workforce management. Porém, com relação às aplicações mais avançadas, como speech analytics, root cause analysis, scorecards, análise de desktop e processos, ainda estão em processo de adoção. “As empresas ainda estão se familiarizando com essas aplicações mais avançadas, e trabalhando para entender os benefícios, como utilizá-las da maneira mais efetiva e o retorno de investimento”, conta a executiva.

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A real percepção

Nos últimos anos, muita coisa mudou no atendimento ao cliente. A chegada de novos canais, o avanço das tecnologias, o amadurecimento do mercado de contact center e a própria evolução das relações de consumo. Porém, a percepção dos clientes em relação ao que julga importante no atendimento permanece a mesma, segundo o Customer Experience ResearchStudy. Realizado em oito países – incluindo o Brasil, pela Actionable Research, a pedido da Interactive Intelligence, a pesquisa revela que o valor mais citado de uma experiência excelente é a eficiência no atendimento. Em seguida, a capacidade de resolver de forma efetiva o motivo da interação, com agentes mostrando profissionalismo e agilidade na resposta. “Os consumidores ainda sentem falta de recursos básicos que aumentem a qualidade de atendimento”, alerta Pedro Silveira, gerente de marketing da Interactive Intelligence no Brasil.
Tanto que a pesquisa aponta ainda que 65% dos consumidores disseram que o acesso do atendente às informações do histórico de atendimento é considerado a funcionalidade mais valiosa de uma interação. E 94% ressalta a satisfação quando, graças a esse histórico, deixam de ser obrigados a repetir sua requisição para o atendente, no caso de chamadas que são transferidas de um ponto a outro no contact center. “O cliente continua demonstrando que está exigente às questões em que há muito tempo já considera importante, como não ter que repetir a solicitação ou histórico das chamadas ao atendente, principalmente quando é transferido para outro atendimento”, comenta Carlos Passos, diretor de operações da Motiva Contact Center.
Isso chama a atenção para o posicionamento das EPS, que precisam ter a capacidade de realizar toda a integração entre tecnologia e atendimento humano, onde as pessoas estejam qualificadas para utilizar as soluções oferecidas e dessa forma ter uma interação mais assertiva, avalia o diretor comercial da Alert Brasil, Marco Rossi. “O atendente suportado por ferramentas consegue desenvolver um atendimento personalizado por meio do histórico do consumidor junto à empresa”, pontua.
Tão importante quanto, o estudo também trouxe os pontos que mais frustram o consumidor. Cerca de 75% indica que, em uma interação via telefone, não ser entendido ou não entender o agente é a pior experiência, ficando na frente de uma longa espera por atendimento (66%) e até mais desapontador do que a espera em linha (42%). “É necessário que empresas e profissionais que trabalham na área tenham a consciência da necessidade da capacitação técnica e sobre os detalhes e atributos dos produtos e serviços, a fim de transmitir a confiança e promover a compreensão por parte dos consumidores”, defende Carlos Dias, gerente de atendimento ao consumidor da Heineken.
CANAIS DE CONTATO
Outro ponto que chamou a atenção foi com relação aos canais de atendimento. O atendimento ao vivo, via ligação telefônica, continua sendo o tipo de interação preferida dos clientes, com 59%, seguido de e-mail (17%) e chat on-line (12%). “Ao contrário do que as revoluções nos canais demonstram sobre as relações interpessoais, o relacionamento empresa-cliente ainda se concentra no telefone e em interações via voz, com um atendente humano”, pondera Silveira.
Tão faladas, as redes sociais ficaram em último, citadas apenas por 1% dos consumidores. “Os canais, como e-mail e mídias sociais, que acreditávamos há cerca de dois anos que iriam ultrapassar rapidamente as ligações telefônicas, ainda não conseguiram concretizar essa virada”, comenta reforça Dias, que aponta, como exemplo, o próprio SAC da cervejaria, onde as interações por telefone ainda representam 75% do volume dos contatos. “O consumidor ainda se sente mais confortável com o atendimento humano, pois não gera dúvidas quanto segurança de sua solicitação foi realizada e concluída”, explica Rossi.
Na visão de Passos, o cliente até está mais disposto a utilizar outros canais de atendimento, mas a solução ao telefone, de forma concisa, rápida, com atendimento feito por um agente que tenha conhecimento e autonomia, ainda é, e há muito tempo considerada como primordial. Ele destaca que o cliente prefere ser atendido por uma pessoa que personalize o atendimento, conheça suas necessidades e solicitações e tenha conhecimento e autonomia para resolver. Por isso, a importância em investir em pessoas, segundo o diretor da Motiva. “É indiscutível que a tecnologia e acesso a outras formas de contato como, e-mail, chat, SMS, etc, são aderentes às necessidades dos clientes. Porém, está claro que um atendente com alto nível de interação, conhecimento, fluência e domínio dos processos e que atenda em menos tempo com solução são um dos fatores que faz uma boa experiência de atendimento”, reforça.
A principal mensagem da pesquisa, para Silveira, é que, antes de adotar todos os canais de comunicação, as companhias devem investir em qualidade no canal mais tradicional. “Além disso, a capacitação dos operadores e o uso de tecnologias que permitam que eles tenham mais e melhores dados para atender ao consumidor é uma necessidade urgente”, comenta, acrescentando que é hora de ajustar as percepções em relação ao que o cliente considera mais importante e transformar os insights em ações práticas.

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A real percepção



O atendimento ao vivo, via ligação telefônica, continua sendo o tipo de interação preferida dos clientes, seguido de e-mail e, bem depois, o chat online. É o que revela a pesquisa global “Customer Experience Research Study” da Interactive Intelligence. Ela aponta que 59% dos entrevistados preferem interagir diretamente com os operadores.

 

Outro dado importante trazido pelo estudo é que 65% dos consumidores disseram que o acesso do atendente ao seu histórico de atendimento é considerado a funcionalidade mais valiosa de uma interação. Tanto que, 94% ressaltam sua satisfação quando, graças a esse histórico, deixam de ser obrigados a repetir sua requisição para o atendente, no caso de chamadas que são transferidas de um ponto a outro no contact center.

 

Realizado em oito países – incluindo o Brasil, o estudo aborda além da experiência dos clientes com o atendimento, a visão que os profissionais do mercado de contact center apresentam sobre as tecnologias capazes de melhorar essa experiência. Nesse ponto, a pesquisa mostra que 63% valoriza soluções que provêm relatórios e análises completas sobre as interações do contact center com os consumidores. E 59% desses profissionais consideram estratégico contar com soluções que monitoram em real time todos os contatos, por todos os canais, entre os atendentes e os consumidores e, a partir desta monitoração, emitir alarmes em caso de conflitos ou atrasos.

 

O levantamento foi realizado em abril de 2013 pela Actionable Research, empresa de pesquisas independente, a partir de uma amostragem que inclui 1.407 consumidores e 453 profissionais de TI e de atendimento ao cliente. Os entrevistados eram residentes da Austrália, do Brasil, Canadá, Alemanha, África do Sul, Suécia, Reino Unido e EUA. Do Brasil, especificamente, foram entrevistados 150 consumidores e 51 profissionais do mercado de contact center. Clique aqui para baixar o estudo completo.

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