O Brasil possui cerca de 24,6 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, apontam os dados do Censo 2000 do IBGE. Para assistir a essa população, a atual Lei de Cotas (Lei 8.213/1991), que obriga as empresas com cem ou mais empregados a preencher de 2% a 5% dos seus cargos com portadores de deficiência, já funciona há mais de 20 anos. “Apesar de a legislação colaborar com o amadurecimento das práticas do mercado, ainda há um contingente de pessoas com deficiência que precisam se qualificar para atuar no mercado e, mais especificamente, no setor de contact centers”, avalia o especialista em gestão de pessoas e diretor executivo do Instiad, Instituto de Administração, Luiz Claudio Binato.
Em contrapartida, o gerente de relacionamento da Avape Net, Mário Jorge Sene, vê no segmento de atendimento ao cliente um dos setores com maior nível de empregabilidade para PCDs, pessoas com deficiência. Na linha de frente com o cliente, esses profissionais desenvolvem “relacionamento, autoconfiança, habilidades e competências, que são características fundamentais para motivação desta população”, ressalta a diretora de planejamento em RH da Contax, Neiva Dourado.
No Grupo BB e Mapfre, as responsabilidades, o rendimento, as cobranças e a remuneração são distribuídas da mesma forma como é feita com os demais funcionários, assegura a diretora de RH, Cleide Fonseca, pontuando que é preciso ter respeito às possíveis limitações desses funcionários. “Em alguns casos, detectamos profissionais com um grande esforço para realizar um atendimento diferenciado”, acrescenta.
É esse esforço e qualificação que o mercado demanda na busca por mão de obra. São as empresas que precisam atrair esse público e não o contrário. “Há de se fazer um esforço conjunto para viabilizar a qualificação e a entrada desses profissionais no mercado”, ressalta o especialista em gestão de pessoas. “Mas, os próprios deficientes devem buscar suas oportunidades e virar o jogo. Deficiente físico não é sinônimo de incompetência, nem de pena”, conclui Binato.
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