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Áurea Puga, professora da Fundação Dom Cabral

Médias empresas no País ainda carecem de maturidade em gestão e governança 

Pesquisa da Fundação Dom Cabral identifica que , responsáveis  por 2 em cada 10 empregos no País, as médias empresas precisam amadurecer nos processos que as levarão ao futuro

Apenas 28% das médias empresas que atuam no Brasil são consideradas avançadas e excelentes em gestão. Essa é uma das principais conclusões da pesquisa realizada pela Fundação Dom Cabral (FDC), que, por meio do seu Centro de Inteligência em Médias Empresas, analisou 1.000 dessas organizações visando identificar o estágio atual de “Maturidade em Gestão e Governança das Médias Empresas Brasileiras”. De acordo com Áurea Puga, professora da Fundação Dom Cabral e uma das líderes do estudo, “buscamos também identificar as dimensões da gestão que precisam amadurecer para alcançar melhores resultados. Embora exista uma variedade de estudos sobre gestão e governança no mercado brasileiro, há uma escassez de pesquisas concentradas nas médias empresas, que desempenham um papel crucial na economia nacional, sendo responsáveis por 25% da massa salarial da iniciativa privada”. 

O estudo aponta que as médias empresas brasileiras, embora longevas, precisam avançar na estruturação de processos que as levarão ao futuro. Entre os dados encontrados sobre o nível de maturidade consta que 73% têm mais de 20 anos de mercado e estão relativamente estruturadas para uma gestão orientada para a entrega de resultados do curto prazo; 25% estão em estágios iniciais de maturidade processos de gestão não estruturados ou emergentes; 47% já têm seus processos de gestão estabelecidos; e 28% são consideradas avançadas e excelentes em gestão.

Fatores de relevância

A FDC também identificou, com base no levantamento, as dimensões da gestão mais relevantes, para gerar desempenho superior, separando, como referências, 2 de cada 10 empresas de médio porte respondentes com melhores resultados e comparando-as com as demais. Foi assim que os pesquisadores descobriram que as maiores lacunas entre as empresas de maior resultado e as demais, estão em processos de gestão que pensam e constroem o futuro dessas empresas. São elas:

Adaptabilidade: têm processos estruturados para monitorar ativamente o ambiente externo. Algumas agem proativamente, liderando tendências;

Gestão da inovação: veem na inovação um elemento estratégico central;  têm processos de gestão da inovação estruturados e monitorados, desde a geração de ideias até a implantação dos projetos propostos;

Transformação digital: têm infraestrutura tecnológica que gera agilidade nas respostas às mudanças do mercado, maior produtividade e decisões baseadas em dados;

Gestão de pessoas: buscam ativamente atrair e reter talentos, além de desenvolverem as competências que atendam as demandas atuais e futuras do negócio;

Gestão comercial e marketing: conecta-se com os clientes, seus anseios e demandas, além de construir jornadas valiosas e eficientes. Esta dimensão contribui diretamente para a geração de valor para os stakeholders e para o seu crescimento.

Por outro lado, a pesquisa sinaliza que, tanto as empresas de referência, como as demais, não possuem processos de governança estruturados, o que cria um ambiente de insegurança para a tomada de decisão. “Isso significa que de forma geral, mesmo as médias empresas com melhores resultados e promissoras, ainda têm um importante desafio pela frente para garantirem um ambiente organizacional seguro para o seu crescimento e geração de valor para os stakeholders”, comentou Áurea.

Os pesquisadores da instituição também concluíram que o setor de serviços, de maneira geral, apresenta um nível de maturidade mais avançado em comparação aos outros setores; e as empresas de referência do setor de serviço, destacam-se por possuírem processos de inovação e gestão comercial e de marketing mais maduros, desempenhando um papel essencial para sua posição de destaque no mercado. 

No setor industrial destaca-se a dimensão de Internacionalização, que é praticamente inexistente nos demais, embora seja uma das principais estratégias propulsoras de alto crescimento das médias empresas, de acordo com os estudos do centro de inteligência de Médias Empresas da FDC. A sustentabilidade também recebe uma avaliação mais elevada no setor industrial, indicando relação intrínseca com suas atividades. Já no setor do comércio, destacam-se as dimensões que são a gestão da cadeia de valor, inovação e sustentabilidade, demonstrando preocupação das empresas tanto com a eficiência operacional, quanto com processos que proporcionam notável diferenciação no mercado consumidor.

Metodologia 

A pesquisa da FDC tem 3,4% de margem de erro e 95% de confiança.  De acordo com os critérios adotados pelo IBGE,  as médias empresas possuem entre 50 e 499 funcionários e, pelo BNDES  também são incluídas as organizações com receita operacional bruta anual entre R$4,8 e R$300 milhões. Elas representam cerca de 1% do total de negócios, são responsáveis por 25% da massa salarial e por 20% dos empregos formais gerados no país.

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