Oded Grajew, presidente do Instituto Ethos, uma rede mundial de entidades que visam mobilizar, sensibilizar e ajudar as empresas a gerirem seus negócios de forma ética e com responsabilidade social, apresentou a importância desses dois fatores no relacionamento com os clientes no no seminário internacional “Tendências Mundiais em serviços aos clientes para o novo milênio”, promovido pela Associação Nacional de Profissionais de Serviços a Consumidores e Empresas (Secanp).
Para Grajew responsabilidade social é atitude estratégica que vai além das exigências legais ou das ações filantrópicas. “O importante em uma empresa socialmente responsável é a vontade política, é querer aprender, compartilhar dúvidas, dilemas, problemas, etc”.
O executivo definiu as companhias socialmente responsáveis como agentes de nova cultura empresarial e de mundanças sociais. De acordo com ele, essas corporações produzem valores para vários públicos como colaboradores, acionistas, fornecedores, comunidade e clientes. “Estas companhias a que me refiro são diferenciadas e têm maior potencial de sucesso e longevidade.
Ele usou como exemplo o caso de 1999 das montadoras Ford e Wolksvagem. Devido a problemas econômicos a Ford precisou reduzir custos e demitiu dezenas de funcionários na véspera do Natal, o que não aconteceu com a montadora alemã que renegociou cargas horárias de trabalho e salários. Comprovadamente, neste ano, a Ford perdeu 35% do mercado e está realizando uma forte campanha para melhorar a imagem da marca. “Reconstruir uma imagem abalada para uma empresa custa muito caro”, diz Grajew.
O presidente do Instituto Ethos lembrou ainda que o processo de transformação de uma companhia em uma empresa socialmente responsável deve ser tomado como um todo. “Como ação estratégica as decisões devem ser assumidas por todos os funcionários da organização, desde o presidente até o faxineiro”.
